Doméstica baleada por delegado luta pela vida após nova cirurgia no DF

Última atualização: 22/01/2025

Brasília, DF – Oscelina Moura Neves de Oliveira, de 44 anos, permanece internada na Unidade de Terapia Intensiva (UTI) do Hospital de Base, onde passou por mais um delicado procedimento cirúrgico na última terça-feira (21). A empregada doméstica foi vítima de disparos de arma de fogo feitos pelo delegado Mikhail Rocha e Menezes em 16 de janeiro, em um caso que a polícia classifica como tentativa de feminicídio.

Segundo familiares, a nova cirurgia tinha como objetivo reposicionar o intestino da paciente e fechar a região abdominal, que se encontrava aberta desde a primeira intervenção médica. “Os médicos enfrentam um grande desafio devido ao inchaço na região abdominal, o que dificulta a sutura. Eles explicaram que o fechamento é possível, mas requer cautela”, informou Davi Roque, esposo de Oscelina.

Estado clínico e prognóstico

Após o procedimento, Oscelina retornou à UTI, onde segue intubada e sob sedação. Entretanto, a equipe médica avalia a possibilidade de reduzir gradualmente os sedativos para observar as reações da paciente. “Eles vão tentar acordá-la aos poucos. Se houver qualquer instabilidade, a sedação será retomada imediatamente”, relatou Davi, demonstrando otimismo em relação ao progresso de sua esposa.

Desde o ocorrido, Oscelina já passou por três cirurgias, todas fundamentais para sua sobrevivência. A gravidade dos ferimentos ainda inspira cuidados extremos, mas o último procedimento foi considerado um pequeno avanço pela equipe médica.

Contexto e investigações

O delegado Mikhail Rocha e Menezes, apontado como autor dos disparos, enfrenta acusações de tentativa de feminicídio. O caso ganhou contornos ainda mais graves pela presença de um menor de idade durante o episódio, considerado um agravante pelas autoridades. A investigação segue em andamento, com o delegado afastado de suas funções enquanto a Justiça apura os fatos. Veja também Paciente é baleado e morto em UTI de hospital após surto psicótico e revolta família.

O incidente trouxe comoção pública e levantou discussões sobre violência contra a mulher e abuso de poder. Grupos de direitos humanos e organizações feministas têm acompanhado o caso de perto, pedindo justiça e celeridade nas investigações.

Solidariedade e apoio

Diante do quadro delicado, a família de Oscelina busca apoio para arcar com os custos relacionados ao tratamento e recuperação. Uma campanha de arrecadação foi organizada para ajudar com despesas adicionais não cobertas pelo sistema público de saúde.

Apesar das adversidades, Davi Roque expressa gratidão pelas mensagens de solidariedade que têm recebido. “Cada palavra de apoio nos dá força para continuar lutando”, concluiu.

Reflexão

O caso de Oscelina Moura ressalta a urgência de enfrentar a violência de gênero no Brasil. Dados recentes indicam que o país continua entre os mais perigosos para mulheres, com altos índices de feminicídio. Este caso trágico reforça a necessidade de políticas públicas efetivas para proteger as vítimas e punir os agressores.

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