Última atualização: 05/03/2025
O mercado de clínicas populares no Brasil tem passado por uma expansão expressiva nos últimos anos, registrando um aumento de 200% entre 2010 e 2022. Esse crescimento acelerado reflete uma mudança significativa no comportamento da população brasileira em relação ao acesso à saúde. Com a sobrecarga do Sistema Único de Saúde (SUS) e o alto custo dos planos privados, um número cada vez maior de pessoas busca atendimento acessível e rápido nessas unidades. Um levantamento do Instituto de Estudos para Políticas de Saúde (Ieps) mostra que a expansão das clínicas populares superou em quatro vezes o crescimento de outros estabelecimentos de saúde no país, consolidando-se como uma alternativa viável para milhões de brasileiros.
A busca por alternativas à saúde pública
A dificuldade de acesso ao SUS tem sido um dos principais fatores que impulsionam a procura por consultas e exames nas clínicas populares. Segundo uma pesquisa realizada pelo Instituto Locomotiva, 72% dos brasileiros da classe C já recorreram a serviços médicos particulares devido à longa espera no sistema público. Com consultas a preços mais baixos e atendimento ágil, essas clínicas atraem pacientes que não podem pagar um plano de saúde, mas também não querem depender exclusivamente do atendimento público.
As clínicas populares adotam formatos variados para atender às necessidades da população, desde unidades semelhantes a hospitais-dia até pequenos consultórios especializados. Em algumas regiões, essas unidades já competem diretamente com o setor público, ocupando espaços antes dominados pelos serviços gratuitos do SUS. O crescimento desse modelo de negócio também tem movimentado a economia, gerando empregos na área da saúde e atraindo investidores interessados na expansão desse mercado promissor.
ANS avalia novos planos de saúde acessíveis
Diante da crescente demanda por serviços médicos de baixo custo, a Agência Nacional de Saúde Suplementar (ANS) estuda a criação de planos de saúde com cobertura reduzida. A proposta prevê planos com mensalidades abaixo de R$ 100, excluindo internações e atendimentos de emergência. O projeto está em fase de consulta pública e poderá ser regulamentado nos próximos meses, oferecendo mais uma opção para quem busca assistência médica sem depender integralmente do SUS.
Além da crescente adesão às clínicas populares, uma pesquisa do Instituto Locomotiva revelou que 92% dos entrevistados apoiam a criação de planos privados voltados exclusivamente para consultas e exames. Esse dado reforça a necessidade de modelos mais flexíveis de atendimento à saúde, que atendam a uma população que não consegue arcar com os custos elevados dos planos tradicionais, mas também não quer ficar sujeita às longas filas e limitações do sistema público.
Perspectivas para o futuro
A rápida expansão das clínicas populares no Brasil aponta para um novo cenário no setor de saúde, onde a busca por alternativas acessíveis e eficientes se torna cada vez mais essencial.
Com o avanço da regulação de planos mais baratos e a consolidação do modelo de atendimento popular, a tendência é que essa transformação continue nos próximos anos, oferecendo novas possibilidades para milhões de brasileiros que buscam atendimento médico de qualidade a preços justos. Veja também Vacina contra gripe para crianças passa a integrar o Calendário Nacional do SUS.