Última atualização: 07/03/2025
A morte de um bebê de menos de dois meses, ocorrida 24 horas após sua internação em um hospital particular de Belo Horizonte, está sendo investigada pela Polícia Civil de Minas Gerais. A família da criança denuncia que ele sofreu uma perfuração no pulmão durante tentativas de coleta de líquido para um exame de meningite. A tragédia levanta questionamentos sobre os procedimentos médicos adotados e reforça a necessidade de esclarecimentos sobre a conduta da equipe hospitalar.
Internação e suspeitas médicas
No dia 17 de janeiro, a mãe do bebê, Edjane Maria Ferreira da Silva, levou seu filho ao Hospital Belo Horizonte devido a um quadro de febre alta. De acordo com a família, a equipe médica realizou uma série de exames para identificar a causa do sintoma, incluindo radiografias e testes para COVID-19 e meningite.
A suspeita de meningite levou os profissionais a tentarem realizar um exame específico, que envolve a punção lombar para coleta de líquido cerebrospinal.
Tentativas fracassadas e agravamento do quadro
A mãe relatou que foram feitas diversas tentativas de punção na coluna da criança, mas nenhuma delas obteve sucesso na coleta do material biológico necessário para análise. Horas depois do procedimento, o bebê, que até então aparentava estar consciente e responsivo, apresentou piora significativa e faleceu.
Em um vídeo gravado por Edjane pouco antes da realização do exame, o bebê aparece interagindo e se movimentando normalmente. A rápida piora no estado de saúde da criança gerou revolta e desconfiança na família, que passou a questionar a conduta dos profissionais responsáveis pelo atendimento.
Laudo do Instituto Médico Legal
Após o falecimento, os pais acionaram a Polícia Militar e exigiram que o corpo da criança fosse encaminhado ao Instituto Médico Legal (IML) para perícia. O laudo apontou como causa da morte um pneumotórax hipertensivo, resultado da ruptura de bolhas subpleurais, o que indica que algum tipo de perfuração no pulmão ocorreu.
Diante dessas informações, a mãe acredita que a morte do bebê tenha sido provocada pelas tentativas malsucedidas de punção lombar. A suspeita é que a repetição do procedimento possa ter causado danos internos fatais.
Hospital e autoridades se manifestam
O Hospital Belo Horizonte declarou, por meio de nota oficial, que ainda não teve acesso ao laudo do IML e que respeita as normas da Lei Geral de Proteção de Dados (LGPD), bem como o Código de Ética Médica. A instituição ressaltou que só pode fornecer informações detalhadas sobre o caso às autoridades policiais e judiciais, quando formalmente requisitado.
A Polícia Civil informou que já iniciou as investigações e que está tomando as medidas necessárias para esclarecer os fatos. O caso segue em apuração para determinar se houve erro médico ou negligência durante o atendimento prestado à criança.
Família busca justiça
A dor da perda levou a família a exigir respostas e responsabilização pelos acontecimentos. A mãe do bebê afirmou que não descansará até que o caso seja esclarecido e os responsáveis sejam punidos, caso haja comprovação de falhas nos procedimentos médicos.
A morte precoce da criança reacende debates sobre a segurança nos atendimentos hospitalares e a necessidade de rigor nos protocolos de procedimentos invasivos, especialmente em pacientes tão frágeis. A família, agora, aguarda o desenrolar das investigações, esperando que a justiça seja feita e que tragédias semelhantes sejam evitadas no futuro. Veja tambem Técnica de enfermagem denuncia injúria racial durante plantão em hospital.