Governo anuncia nova representação visual do Culicoides Paraensis

Última atualização: 15/01/2025

Conhecido popularmente em diversas regiões do Brasil como maruim ou mosquito-pólvora, esse inseto minúsculo vinha sendo frequentemente confundido, em reportagens, redes sociais e até em publicações acadêmicas, com outras espécies de mosquitos, como o Aedes aegypti, famoso transmissor de dengue, Zika e chikungunya.

Oropouche: Um desafio emergente

A doença Oropouche é causada pelo vírus OROV, pertencente ao grupo dos arbovírus, e é transmitida ao ser humano pelo Culicoides paraensis. Descoberta inicialmente na década de 1950, a doença provocava surtos esporádicos, especialmente na região Amazônica. Entretanto, registros também ocorreram em outros países da América Central e do Sul. Por apresentar sintomas semelhantes aos da dengue, o diagnóstico de Oropouche era frequentemente equivocado. Ver Tudo que você precisa saber sobre marcas de nascença.

Em 2023, a detecção de casos aumentou expressivamente devido à descentralização do diagnóstico molecular, que passou a ser realizado pelos Laboratórios Centrais de Saúde Pública (LACEN) em todo o território nacional. As mudanças climáticas, que favorecem a proliferação de vetores, também impulsionaram a disseminação da doença em regiões anteriormente menos afetadas.

A transmissão do vírus Oropouche ocorre quando o Culicoides paraensis pica uma pessoa ou animal infectado, carregando o vírus e transmitindo-o para um novo hospedeiro. Existem dois ciclos principais de transmissão: o Ciclo Silvestre, onde bichos-preguiça, primatas não-humanos e possivelmente aves silvestres servem como hospedeiros, e o Ciclo Urbano, em que seres humanos são os principais hospedeiros, com o Culicoides paraensis desempenhando papel central em ambos os contextos.

Ministério da Saúde

A iniciativa do Ministério da Saúde representa um importante passo para aumentar a precisão nas ações de vigilância e prevenção de doenças, contribuindo para um sistema de saúde mais eficiente e bem informado.

O Ministério da Saúde alcançou um marco importante no combate à desinformação sobre doenças transmitidas por insetos ao desenvolver a primeira representação visual fiel do Culicoides paraensis, vetor do vírus Oropouche. Conhecido popularmente em diversas regiões do Brasil como maruim ou mosquito-pólvora, esse inseto minúsculo vinha sendo frequentemente confundido, em reportagens, redes sociais e até em publicações acadêmicas, com outras espécies de mosquitos, como o Aedes aegypti, famoso transmissor de dengue, Zika e chikungunya.

A confusão não apenas prejudicava a compreensão pública sobre as características do vetor, mas também comprometia a precisão científica, visto que imagens de baixa resolução eram frequentemente empregadas para ilustrar o inseto, dada sua dimensão diminuta. Para fins comparativos, o Culicoides paraensis mede apenas até 3 milímetros de comprimento, aproximadamente 12 vezes menor que o mosquito Aedes aegypti e 20 vezes menor que o Culex quinquefasciatus, o pernilongo mais comum no país.

A nova ilustração foi meticulosamente elaborada por meio de um esforço colaborativo entre a equipe de comunicação científica da Secretaria de Vigilância em Saúde e Ambiente do Ministério da Saúde, técnicos especializados e entomologistas do Instituto Evandro Chagas, localizado no estado do Pará. Segundo a secretária de Vigilância em Saúde e Ambiente, Ethel Maciel, a criação dessa representação precisa contribuirá significativamente para disseminar informações corretas sobre o controle de arboviroses no Brasil.

Essa iniciativa apoiará pesquisadores e gestores de saúde a melhorar a identificação do vetor, reduzindo equívocos e aprimorando as ações de prevenção e controle”, destacou a secretária”. Ver Identificação da Doença de Chagas.

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