O leite faz mal para saúde?

Sônia Felipe é autora do livro (Galactolatria: mau deleite) e defende que a partir do momento da erupção da primeira dentição, o ser humano pára de produzir a enzima digestiva do leite, sendo essa a maior razão de tantos problemas que há na saúde relacionadas à alimentação com o leite.

Em entrevista feita pela apresentadora Beth Begonha do programa Amazônia Brasileira, da Rádio Nacional da Amazônia, nesta quinta-feira, a escritora vegana Sônia Felipe – que é formada em Filosofia e tem pós-doutorado em Bioética – afirmou que o leite materno é o único que tem os níveis de proteína, cálcio e outros elementos essenciais à saúde na proporção correta.

O leite de vaca, segundo ela, não é bem digerido pelo organismo humano por questões biológicas. “A maior parte dos seres humanos não tem mais a  produção da enzima que permite digerir o açúcar do leite, que é a lactose. Em função disso, as pessoas sofrem uma série de disfunções digestivas e outros males que hoje os estudiosos apontam como de origem galactogênica”, afirmou.

De acordo com ela, as pesquisas sobre os males causados pelo leite são recentes. Por isso, esse não é um tema recorrente na mídia.

A pesquisadora também critica a qualidade do leite que é vendido no país. De acordo com ela, o produto comercializado em caixas é industrializado e processado para mascarar contaminações causadas por sangue e pus de animais com inflamações nos mamilos e nos cascos. Segundo ela, as vacas se tornaram “máquinas” de fabricar leite, com um alto nível de sofrimento físico e psicológico: vivem confinadas, alimentando-se de grandes quantidades de grãos (que não estão preparadas para digerir) e até de outros alimentos (como restos triturados de carnes de outras vacas), produzindo leite até a estafa completa.

A estudiosa orienta as mães a oferecer outros tipos de leite de origem vegetal às crianças. “Você pode fazer leite de arroz para o seu filho”. Além disso, ela orienta, a não ser em casos de alergias, oferecer leite feito de nozes, semente de girassol, semente de abóbora, amêndoa, castanha do pará
e até de amendoim.

UM POUCO MAIS SOBRE O LEITE

Seus benefícios são comumente ameaçados por efeitos adversos, provocados por quantidade excessiva, defeitos em sua composição nutricional ou reações adversas a algum componente por parte de algumas pessoas. Assim, o leite de vaca é um alimento importante, mas pode representar um perigo real para a saúde de lactentes (bebês no primeiro ano de vida), crianças maiores ou adultos.

LACTENTES – Há cinco anos a orientação é oficial por parte dos departamentos científicos de gastroenteologia e nutrologia da Sociedade Brasileira de Pediatria: não é recomendada, no primeiro ano de vida, a oferta de leite de vaca, integral ou desnatado, e seus derivados (queijos, iogurtes, pudins).
Na Europa e América do Norte esta orientação pediátrica iniciou 20 anos antes. As razões para esta orientação radical são complexas e vieram a partir de conhecimentos científicos que hoje estão bem consolidados.

Em primeiro lugar, todos sabem que até pelo menos os dois anos de idade o leite materno é o alimento ideal. Para os 80% de lactentes brasileiros que recebem outro tipo de leite antes de completar um ano de idade a recomendação da Sociedade Brasileira de Pediatria é a de que seja oferecida uma fórmula infantil, industrializada. Para os leigos e para os médicos não especializados em saúde da criança esta pode parecer uma diretriz bizarra, ou extravagante, e por isto é importante que sejam divulgadas, ao menos de modo simplificado, as suas razões:

1) o leite de vaca possui composição muito distinta em relação ao leite humano, com deficiência em diversos micro ou macronutrientes essenciais para lactentes humanos e quantidades perigosamente altas de sal, alguns minerais e proteínas;

2) é destituído de uma série de ingredientes presentes no leite materno que previnem doenças alérgicas e infecciosas;

3) o excesso de sódio, cloro, cálcio e caseína significa uma sobrecarga para os rins, o que aumenta a chance de ocorrer desidratação diante de diarréia ou quadro febril;

4) a chance de anemia é três vezes maior do que com o leite humano, pois o leite de vaca promove má absorção de ferro, além de perda oculta de sangue pelo intestino em quantidade significativa, por razões desconhecidas;

5) o desenvolvimento neurológico (motor e visual) é um pouco comprometido, pela deficiência no leite de vaca de gorduras essenciais para a mielinização do sistema nervoso. E ainda há outros problemas, não citados nos itens acima. As fórmulas infantis, produzidas pela indústria a partir do leite de vaca, corrigem com êxito diversos defeitos que tornam o leite de vaca impróprio para lactentes. Não substituem o leite materno em qualidade, mas sua composição permite uma nutrição infantil com bastante segurança.

Fonte: EBC

Revisão: Sou Enfermagem

Leave a Reply

O seu endereço de e-mail não será publicado. Campos obrigatórios são marcados com *