Última atualização: 14/02/2025
Uma investigação conduzida pela Polícia Civil do Rio de Janeiro revelou um esquema criminoso sofisticado que explorava pacientes de um hospital da cidade. A fraude, identificada como o “golpe do falso exame médico“, teve início quando vítimas começaram a relatar movimentações financeiras suspeitas após receberem ligações sobre a entrega de laudos de exames. Estima-se que os criminosos tenham lucrado cerca de R$ 1,5 milhão entre janeiro e fevereiro deste ano. Os golpistas operavam com base em informações sigilosas dos pacientes, obtidas através da deep web. Após a realização de exames, as vítimas eram contatadas por uma suposta central de atendimento que informava sobre a disponibilidade dos laudos e oferecia a entrega em domicílio. O esquema aparentava ser legítimo, pois os criminosos tinham acesso a detalhes precisos dos exames realizados.
O modo de operação dos criminosos
Quando os pacientes aceitavam a entrega, um motoboy comparecia à residência e apresentava uma maquininha de cartão para a cobrança de uma suposta taxa de R$ 6. No entanto, ao tentar efetuar o pagamento, ele simulava um erro na transação e pedia que a vítima repetisse o processo. Sem perceber, os clientes acabavam sendo cobrados valores muito superiores ao informado.
Muitos dos afetados só notavam o golpe ao verificar os extratos bancários, quando encontravam cobranças de alto valor não autorizadas. Até o momento, mais de 44 ocorrências semelhantes foram identificadas pela polícia, todas ligadas ao mesmo hospital.
Ação da polícia e prisões
As investigações começaram após quatro vítimas registrarem denúncias na 15ª Delegacia Policial (Gávea). A partir do cruzamento de dados de inteligência, análise de imagens de segurança e rastreamento de informações telemáticas, os agentes localizaram os suspeitos hospedados em um hotel na Barra da Tijuca.
No local, foram apreendidos diversos equipamentos usados para a prática dos crimes, incluindo maquininhas de cartão, celulares, notebooks, além dos capacetes e uniformes utilizados pelos entregadores. Duas motocicletas também foram recolhidas pela polícia.
Investigações ainda em curso
Os dois suspeitos detidos confessaram a autoria do golpe e revelaram que os dados das vítimas foram adquiridos em plataformas ilegais da deep web. No entanto, as autoridades ainda investigam a possível participação de funcionários do hospital no esquema, além de buscar por um terceiro integrante da quadrilha que já foi identificado, mas permanece foragido.
As investigações continuam para esclarecer o alcance da fraude e prevenir novos golpes. A Polícia Civil alerta a população para desconfiar de contatos inesperados envolvendo exames médicos e recomenda que pacientes confirmem diretamente com os hospitais antes de efetuar qualquer pagamento. Veja também Tráfico internacional escondia cocaína em estômagos de bolivianos.