Comunicação e coordenação durante a Triagem

Última atualização: 29/12/2024

Uma boa comunicação com os pacientes e seus familiares, interação clara entre os membros da equipe multidisciplinar e registro completo do processo garantem a continuidade do cuidado, promovendo segurança, eficiência e humanização no atendimento. A comunicação e a coordenação são elementos fundamentais para a triagem eficaz. Este conteúdo faz parte do Curso online de Classificação de Risco e Protocolo de Manchester.

Tópico 6: Abordagens de triagem e identificação de prioridades no atendimento

6.5. Comunicação e coordenação durante a triagem
6.5.1. Comunicação eficiente com o paciente e seus familiares
6.5.2. Interação e troca de informações com a equipe multidisciplinar
6.5.3. Registro e documentação adequada do processo de triagem e classificação de risco


6.5.1. Comunicação Eficiente com o Paciente e Seus Familiares

  1. Estabelecimento de Relacionamento de Confiança:
    • O profissional de saúde deve iniciar o contato com o paciente de forma acolhedora, demonstrando empatia e respeito.
    • A criação de um ambiente de confiança facilita a coleta de informações relevantes e reduz a ansiedade do paciente e seus familiares.
  2. Clareza e Objetividade na Comunicação:
    • Utilizar linguagem simples e evitar jargões técnicos que possam gerar confusão.
    • Explicar de forma breve o processo de triagem e a importância de priorizar os casos mais graves.
  3. Informação Transparente Sobre o Tempo de Espera:
    • Informar os pacientes e familiares sobre o tempo estimado de espera com base na prioridade atribuída.
    • Manter a comunicação aberta durante a espera, atualizando sobre eventuais atrasos ou mudanças na condição do paciente.
  4. Gestão de Expectativas:
    • Orientar os familiares sobre o fluxo de atendimento e reforçar que a prioridade é baseada na gravidade clínica e não na ordem de chegada.
    • Responder às dúvidas de maneira paciente, esclarecendo o motivo da classificação de risco.
  5. Comunicação Empática em Situações Delicadas:
    • Em casos de pacientes em estado crítico, os familiares devem ser informados com sensibilidade e clareza sobre a condição do paciente e os próximos passos.

Exemplo prático:

Um paciente com dor de cabeça leve é classificado como “não urgente” (azul). O enfermeiro explica que casos graves são atendidos primeiro e que ele será chamado assim que possível, reduzindo possíveis reclamações.


6.5.2. Interação e Troca de Informações com a Equipe Multidisciplinar

  1. Importância da Comunicação Interna:
    • A troca de informações entre os membros da equipe é essencial para garantir a continuidade do cuidado e evitar omissões ou redundâncias.
    • Uma comunicação clara e objetiva melhora a eficiência do atendimento e reduz erros.
  2. Transmissão de Informações Relevantes:
    • Dados coletados durante a triagem, como sinais vitais, queixa principal e classificação de risco, devem ser compartilhados com os profissionais responsáveis pelo próximo estágio do atendimento.
    • Informações sobre intervenções iniciais realizadas, como administração de oxigênio ou alívio da dor, também devem ser reportadas.
  3. Reuniões Breves ou Passagem de Plantão:
    • Reuniões rápidas entre os turnos ou durante o plantão ajudam a alinhar informações sobre pacientes em espera e condições críticas.
    • O uso de sistemas informatizados ou quadros de triagem facilita o compartilhamento de informações.
  4. Coordenação em Casos de Alta Complexidade:
    • Casos críticos podem envolver múltiplos profissionais, como médicos, fisioterapeutas e assistentes sociais. A triagem deve incluir uma comunicação inicial que oriente essas equipes sobre a gravidade e necessidades do paciente.
Exemplo prático:

Após classificar um paciente como “muito urgente” (laranja) devido a dor torácica, o enfermeiro comunica ao médico de plantão a condição do paciente, descrevendo os sinais vitais alterados e a suspeita clínica.


6.5.3. Registro e Documentação Adequada do Processo de Triagem e Classificação de Risco

  1. Importância do Registro Completo:
    • Documentar todo o processo de triagem é fundamental para garantir a rastreabilidade do atendimento e a continuidade do cuidado.
    • Registros detalhados também protegem os profissionais de saúde em situações de auditoria ou questionamentos legais.
  2. Elementos Essenciais do Registro:
    • Dados pessoais do paciente: Nome, idade, gênero, e histórico médico relevante.
    • Queixa principal: Descrição objetiva do problema apresentado.
    • Sinais vitais: Resultados obtidos na triagem, incluindo pressão arterial, frequência cardíaca e respiratória, temperatura e saturação de oxigênio.
    • Classificação de risco: Categoria atribuída e justificativa baseada nos protocolos.
    • Intervenções realizadas: Qualquer ação inicial, como administração de medicamentos ou medidas de suporte.
  3. Uso de Sistemas Informatizados:
    • Ferramentas eletrônicas permitem o registro em tempo real, reduzindo o risco de perda de informações e facilitando o acesso aos dados por outros membros da equipe.
    • Sistemas com alertas automáticos ajudam a monitorar pacientes em espera que necessitam de reavaliação.
  4. Periodicidade do Registro:
    • Pacientes em espera devem ser reavaliados e ter suas condições atualizadas no registro, especialmente se houver mudanças significativas.
    • O tempo de espera também deve ser documentado para análise de eficiência.
  5. Papel na Melhoria Contínua:
    • Os dados registrados durante a triagem são fontes importantes para avaliar a qualidade do atendimento e identificar áreas de melhoria no serviço.
Exemplo prático:

Após classificar um paciente com febre alta e prostração como “urgente” (amarelo), o enfermeiro registra as informações no sistema eletrônico, incluindo a administração de antitérmicos e a recomendação de reavaliação em 30 minutos.


Conclusão

A comunicação e a coordenação durante a triagem são pilares para um atendimento seguro e eficiente. A interação clara com os pacientes e seus familiares reduz a ansiedade e melhora a experiência do atendimento, enquanto a troca de informações com a equipe multidisciplinar garante a continuidade do cuidado. O registro detalhado do processo de triagem não apenas assegura a organização e rastreabilidade, mas também contribui para a melhoria contínua do serviço, fortalecendo a confiança e a segurança no sistema de saúde.

Este conteúdo faz parte do Curso online de Classificação de Risco e Protocolo de Manchester.

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