Última atualização: 24/12/2024
A parestesia é um sintoma caracterizado pela sensação anormal de dormência, formigamento, queimação ou “agulhadas” em uma parte do corpo. Frequentemente descrita pelos pacientes como uma sensação incômoda, a parestesia pode ser temporária ou crônica, dependendo de sua causa. Ela está associada a alterações na condução dos impulsos nervosos e pode ocorrer em diversas condições clínicas, variando de situações benignas a doenças graves.
Esse sintoma é comumente relatado em extremidades, como mãos, braços, pernas e pés, mas pode ocorrer em qualquer parte do corpo. Identificar a causa subjacente é essencial para o manejo adequado e prevenção de complicações.
Causas da Parestesia
A parestesia pode ser classificada em causas temporárias e crônicas, associadas a diferentes mecanismos e condições.
1. Causas temporárias
- Compressão nervosa: Pressão prolongada sobre um nervo, como cruzar as pernas ou dormir em posição inadequada, pode causar parestesia transitória.
- Exposição ao frio: O frio intenso pode afetar a condução nervosa, resultando em dormência ou formigamento.
- Lesões traumáticas leves: Pequenos traumas ou movimentos repetitivos podem levar a irritação nervosa temporária.
2. Causas crônicas
- Neuropatia periférica:
- Geralmente associada ao diabetes mellitus, resulta de danos aos nervos periféricos.
- Outras causas incluem abuso de álcool, deficiência de vitaminas (B12) e uso de certas medicações.
- Compressão nervosa crônica:
- Condições como síndrome do túnel do carpo, onde o nervo mediano é comprimido no punho.
- Doenças neurológicas:
- Esclerose múltipla e outras doenças desmielinizantes podem causar parestesias recorrentes e progressivas.
- Problemas circulatórios:
- Insuficiência vascular pode reduzir o suprimento de sangue para os nervos, provocando sintomas.
- Lesões na coluna vertebral:
- Hérnias de disco ou osteófitos podem comprimir raízes nervosas, resultando em parestesia nos membros.
Sinais e Sintomas Associados
Além do formigamento ou dormência, a parestesia pode ser acompanhada por outros sinais, dependendo da causa:
- Diminuição da força muscular na área afetada.
- Sensação de queimação ou dor em queimação.
- Dificuldade para movimentar ou coordenar os membros.
- Sensibilidade reduzida ao toque ou temperatura.
Impacto Clínico da Parestesia
Embora nem sempre seja grave, a parestesia crônica pode afetar a qualidade de vida, dificultando atividades diárias, como escrever, caminhar ou manipular objetos. Em casos mais graves, pode ser um sinal de condições que necessitam de tratamento urgente, como acidentes vasculares cerebrais (AVC) ou compressão medular.
Exemplo Prático na Enfermagem
Durante uma consulta, o enfermeiro avalia:
“Paciente, sexo masculino, 45 anos, relata parestesia intermitente em ambas as mãos, associada a episódios de dor no punho direito. Refere dificuldade para segurar objetos pesados. Realizada orientação para evitar movimentos repetitivos e aplicação de compressa fria. Encaminhado para avaliação médica com suspeita de síndrome do túnel do carpo.”
Nesse exemplo, o enfermeiro identifica uma possível causa mecânica para a parestesia e propõe medidas iniciais para aliviar os sintomas.
Abordagem da Enfermagem para Parestesia
1. Avaliação
- Histórico clínico:
- Questionar sobre o início, frequência e duração dos sintomas.
- Investigar fatores desencadeantes, como posição prolongada ou movimentos repetitivos.
- Identificar comorbidades, como diabetes ou histórico de traumas.
- Exame físico:
- Testar a força muscular e a sensibilidade da área afetada.
- Avaliar pulsos periféricos e sinais de comprometimento vascular.
- Observar alterações cutâneas, como palidez ou cianose.
2. Intervenções
- Cuidados básicos:
- Orientar o paciente a mudar de posição frequentemente para evitar compressão nervosa prolongada.
- Aplicar compressas frias ou quentes para aliviar desconfortos leves.
- Prevenção de complicações:
- Recomendar o uso de talas ou dispositivos de apoio em casos de compressão nervosa, como síndrome do túnel do carpo.
- Incentivar a prática de alongamentos e exercícios físicos regulares para melhorar a circulação e a função nervosa.
- Tratamento sintomático:
- Administrar analgésicos ou anti-inflamatórios, se prescritos.
- Monitorar e tratar alterações metabólicas, como controle glicêmico em pacientes diabéticos.
3. Educação em Saúde
- Orientar sobre hábitos que ajudam a prevenir a parestesia, como evitar posições inadequadas por longos períodos.
- Reforçar a importância de procurar atendimento médico se a parestesia for persistente ou associada a outros sintomas, como fraqueza ou dor intensa.
- Educar sobre ergonomia no trabalho e nas atividades diárias para evitar movimentos repetitivos.
Conclusão sobre a Parestesia
A parestesia é um sintoma que pode indicar desde alterações benignas até condições graves que necessitam de atenção médica imediata. O enfermeiro desempenha um papel essencial na avaliação inicial, na implementação de medidas para aliviar os sintomas e na educação do paciente, contribuindo para a identificação precoce de possíveis causas subjacentes e promovendo a qualidade de vida. Inscrições abertas para vaga de técnico de enfermagem no Paraná