Sonda Nasoenteral (SNE)

Sonda Nasoenteral (SNE)

A sonda nasoenteral (SNE) tem comprimento variável de 50 a 150 cm, e diâmetro médio interno de 1,6mm e externo de 4 mm, com marcas numéricas ao longo de sua extensão, facilitando posicionamentos, maleáveis, com fio-guia metálico e flexível, radiopaca.

A sonda nasoenteral é passada da narina até o intestino. Difere da sonda nasogástrica, por ter o calibre mais fino, causando assim, menos trauma ao esôfago, e por alojar-se diretamente no intestino, necessitando de controle por Raios-X para verificação do local da sonda.

Tem como função apenas a alimentação do paciente, sendo de escolha no caso de pacientes que receberam alimentação via sonda por tempo indeterminado e prolongado. Por isso, esta sonda só permanece aberta durante o tempo de infusão da alimentação. A técnica de sondagem se assemelha com a técnica de sondagem nasogástrica.

Material:

  • Sonda enteral com fio guia (mandril);
  • Seringa de 20 ml;
  • Copo com água;
  • Gaze;
  • Benzina;
  • Toalha de rosto;
  • Xylocaína gel;
  • Fita adesiva;
  • Estetoscópio;
  • Biombo s/n;
  • Luvas de procedimento;
  • Sacos para lixo.

Procedimento:

  1. Elevar a cabeceira da cama (posição Fowler – 45º) com a cabeceira inclinada para frente ou decúbito dorsal horizontal com cabeça lateralizada;
  2. Proteger o tórax com a toalha e limpar as narinas com gaze;
  3. Limpar o nariz e a testa com gaze e benzina para retirar a oleosidade da pele;
  4. Medir a sonda do lóbulo da orelha até a ponta do nariz e até a base do apêndice (acrescentar mais 10 cm);
  5. Marcar com adesivo;
  6. Calçar luvas;
  7. Injetar água dentro da sonda (com mandril);
  8. Mergulhar a ponta da sonda em copo com água para lubrificar;
  9. Introduzir a sonda em uma das narinas pedindo ao paciente que degluta – introduzir até a marca do adesivo;
  10. Aguardar a migração da sonda para duodeno, encaminhar ao Raio-X para confirmação do local da sonda;
  11. Retirar o fio-guia após a passagem correta;
  12. Observar sinais de cianose, dispnéia e tosse;

Para verificar se a sonda está no local:

  1. Injetar 20 ml de ar na sonda e auscultar com esteto, na base do apêndice xifóide, para ouvir ruídos hidroaéreos;
  2. Colocar a ponta da sonda no copo com água – se tiver borbulhamento está na traquéia, deve ser retirada;
  3. Toda vez que a sonda for aberta, para algum procedimento, dobrá-la para evitar a entrada de ar;
  4. Fechá-la ou conectá-la ao coletor;
  5. Fixar a sonda não tracionando a narina;
  6. Colocar o paciente em decúbito lateral direito para que a passagem da sonda até o duodeno seja facilitada pela peristalce gástrica.

Cuidados de Enfermagem com a Sonda Nasoenteral (SNE)

A passagem da Sonda Nasoenteral pelo enfermeiro, é regulamentada pelo Conselho Federal de Enferamgem (Cofen) através da Resolução Cofen Nº 619/2019, ela stabelece as diretrizes necessárias para atuação da equipe de enfermagem na sondagem orogástrica, nasogástrica e nasoentérica, com o objetivo de obter a efetiva segurança do paciente ao ser submetido ao procedimento de sondagem, independente de sua finalidade.

A Resolução Nº 619/2019 do Conselho Federal de Enferamgem, trás a competência do profissional enfermeiro bem como os demais membros da equipe de enfermagem na assistência ao paciente que faz ou que fará uso desse procedimento.

Compete ao Enfermeiro:

  • Definir o calibre da sonda que será utilizada, de acordo com o procedimento prescrito;
  • Estabelecer o acesso enteral por via oro/nasogástrica ou transpilórica para a finalidade estabelecida (alimentar, medicar, lavar, drenar líquidos ou ar, coletar material gástrico e realizar exames para fins diagnósticos);
  • Proceder os testes para confirmação do trajeto da sonda;
  • Solicitar e encaminhar o paciente para exame radiológico visando a confirmação da localização da sonda, no caso da sondagem nasoentérica;
  • Garantir que a via de acesso seja mantida;
  • Garantir que a troca das sondas e equipo seja realizada em consonância com o pré-estabelecido pela CCIH da instituição;
  • Prescrever os cuidados de enfermagem;
  • Registrar em prontuário todas as ocorrências e dados referentes ao procedimento;
  • Participar do processo de seleção do material para aquisição pela instituição;
  • Manter-se atualizado e promover treinamento para os técnicos de enfermagem, observada a sua competência legal.

Compete ao Técnico de Enfermagem ou ao Auxiliar de Enfermagem:

  • Auxiliar ao enfermeiro na execução do procedimento da sondagem oro/nasoenteral;
  • Promover cuidados gerais ao paciente de acordo com a prescrição de enfermagem ou protocolo pré-estabelecido;
  • Comunicar ao Enfermeiro qualquer intercorrência advinda do procedimento;
  • Proceder o registro das ações efetuadas, no prontuário do paciente, de forma clara, precisa e pontual;
  • Participar das atualizações.

A alimentação por sonda pode ser administrada no hospital, em centros de reabilitação, centros de enfermagem especializado e em home care. Há evidências crescentes de que há benefícios significativos da nutrição enteral em comparação com a nutrição intravenosa, mas isso é outro assunto que falaremo depois.

O movimento crescente em direção à alimentação enteral exige que os enfermeiros compreendam a necessidade, os fatores de risco, o posicionamento adequado do paciente e a importância da colocação do tubo. O conhecimento ajudará o enfermeiro ou o profissional de saúde a fornecer cuidados ideais ao paciente, o que, por sua vez, melhorará os resultados do paciente.

O Conselho Federal de Enferamgem finaliza a redação da Resolução Nº 619/2019 afirmando que o procedimento da Sondagem Orogástrica ou Nasoenteral, deve ser executado no contexto do Processo de Enfermagem, atendendo-se às determinações da Resolução Cofen nº 358, de 15 de outubro de 2009 e da Resolução Cofen nº 429, de 30 de maio de 2012 e aos princípios da Política Nacional de Segurança do Paciente, do Sistema Único de Saúde (SUS).

Referências

Manual de Nutrição Clínica, alimentação por sonda de administração de nutrição enteral, Nutricia Advanced Medical Nutrition, junho de 2008 Resolução Cofen Nº 619/2019, Conselho Federal de Enfermagem. Kudsk, K.A. (2007). Efeito benéfico da alimentação enteral. Clínicas de Endoscopia Gastrointestinal da América do Norte, 17(4), 647–662.
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