Normatização para Análise e Emissão do Laudo Eletrocardiográfico

Normatização para Análise e Emissão do Laudo Eletrocardiográfico

Atualizado em 15/03/2023 às 09:35

A diretriz da Sociedade Brasileira de Cardiologia (SBC), destaca que a idade, biotipo e sexo, são os três (03) elementos importantes para a correta interpretação eletrocardiográfica do ECG.

A seguir, descreveremos de forma mais detalhada sobre “Normatização para Análise e Emissão do Laudo Eletrocardiográfico”, segundo a última Diretriz da Sociedade Brasileira de Cardiologia (SBC), publicada em 2022.

Normatização para Análise Eletrocardiográfica

Para a correta interpretação eletrocardiográfica, três características devem ser consideradas:

  1. Idade: as características do ECG variam com a faixa etária e acontecem no recém-nascido (RN), lactente, crianças e adolescentes até cerca dos 16 anos de idade. Nos dois primeiros grupos essas alterações são mais rápidas. Também os idosos podem apresentar ondas T negativas em V1, de forma isolada e às vezes em V2.
  2. Biotipo: Os indivíduos longilíneos tendem a ter o coração verticalizado e os eixos resultantes principalmente da onda P e do complexo QRS comumente orientados para a direita com rotação horária nas derivações do plano frontal. Já nos brevilíneos, com corações horizontalizados, esses desvios costumam ser para a esquerda (plano frontal).
  3. Sexo: nos adultos do sexo feminino é comum observar ondas T negativas em precordiais direitas, inclusive com QTc maiores que os do sexo masculino e as crianças.

O Laudo Eletrocardiográfico

A SBC ainda desta que o laudo do Eletrocardiográfico realizado pode ser descritivo, conclusivo, automatizado e via internet.

Laudo Descritivo

  • Análise do ritmo e quantificação da frequência cardíaca;
  • Análise da duração, amplitude e morfologia da onda P e duração do intervalo PR;
  • Determinação do eixo elétrico de P, QRS e T;
  • Análise da duração, amplitude e morfologia do QRS;
  • Análise da repolarização ventricular e descrição das alterações do ST-T, QT e U, quando presentes.

Laudo Conclusivo

Deve conter a síntese dos diagnósticos listados nesta diretriz. Abreviaturas em laudos, textos científicos, protocolos, etc., poderão ser utilizadas, entre parênteses, após a denominação, por extenso, do diagnóstico.

Laudo Automatizado

Com o desenvolvimento tecnológico, nos últimos anos, houve uma melhora importante na acurácia das medidas automáticas dos aparelhos disponíveis, tornando a interpretação automatizada uma ferramenta auxiliar importante no laudo médico. Ainda assim, é fundamental a conferência destas métricas automáticas por uma revisão médica, já que o laudo é um ato médico.

A simples utilização das aferições automáticas (métricas e vetoriais), assim como os laudos provenientes desses sistemas, sem revisão, não são recomendadas.

Laudo Via Internet

Os sistemas de Tele-ECG, enviam os ECGs realizados à distância para os Centros de Referência para laudo. A técnica de execução dos ECGs (Unidades executoras), bem como a interpretação e os laudos (Centros de Referência), deverão seguir as mais recentes diretrizes nacionais e internacionais.

Eles são parte integrante da Telecardiologia, que também abarca outros exames da especialidade, que são executados, registrados e transmitidos de um ponto a outro para interpretação à distância, como por exemplo, monitoração de marca-passo, Holter, gravador de eventos, entre outros.

Dentre os vários benefícios da telecardiologia temos:

  • Pré-atendimento ao paciente em seu local de origem;
  • Redução do tempo e custo dispendido pelo paciente;
  • Maior rapidez na triagem por especialistas;
  • Acesso a especialistas em acidentes e emergências;
  • Facilita gerenciamento dos recursos de saúde;
  • Na reabilitação, aumenta a segurança do paciente póscirúrgico;
  • Cooperação e integração de pesquisadores para compartilhamento de registros clínicos;
  • Acesso a programas educacionais de formação e qualificação.

Segundo vários autores, a telecardiologia foi identificada como uma atividade social e economicamente vantajosa para os prestadores de serviço, pagadores e pacientes. Reconhecidamente é uma ferramenta útil para os locais afastados dos grandes centros.

Referência: 

Diretriz da Sociedade Brasileira de Cardiologia sobre a Análise e Emissão de Laudos Eletrocardiográficos — 2022. Brazilian Society of Cardiology Guidelines on the Analysis and Issuance of Electrocardiographic Reports — 2022 (Baixar Diretriz da SBC 2022)

  1. Normatização para Análise e Emissão do Laudo Eletrocardiográfico
  2. Avaliação da Qualidade Técnica do Traçado
  3. A Análise do Ritmo Cardíaco
  4. Condução Atrioventricular
  5. Análise da Ativação Ventricular
  6. Sobrecarga das Câmaras Cardíacas
  7. Análise dos Bloqueios (Retardo, Atraso de Condução) Intraventriculares
  8. Análise do ECG nas Coronariopatias
  9. Análise da Repolarização Ventricular
  10. O ECG nas Canalopatias e Demais Alterações Genéticas
  11. Caracterização das Alterações Eletrocardiográficas em Situações Clínicas Específicas
  12. O ECG em Atletas
  13. O ECG em Crianças
  14. O ECG durante Estimulação Cardíaca Artificial
  15. Tele-eletrocardiografia
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