Misteriosa doença na República Democrática do Congo aprofunda investigação da OMS

Última atualização: 27/02/2025

O surto de uma doença ainda sem identificação está causando preocupação na província de Equateur, na República Democrática do Congo. Autoridades sanitárias locais e especialistas da Organização Mundial da Saúde (OMS) estão intensificando as investigações após a morte de dezenas de pessoas. Entre os casos relatados, há relatos de que crianças faleceram em menos de 48 horas depois de consumirem carne de morcego, levantando suspeitas sobre a origem da enfermidade. O cenário se torna ainda mais alarmante com o aumento repentino de hospitalizações e sintomas graves, levando a equipe médica a mobilizar mais de 80 profissionais de saúde comunitária para monitoramento da situação.

Casos em ascensão e regiões afetadas

Desde o início do ano, a província de Equateur tem registrado uma elevação inesperada no número de óbitos e casos graves, sem que os médicos consigam identificar a causa exata. Na última semana, a zona de saúde de Basankusu reportou 141 casos de pessoas adoecidas, porém sem registros de mortes. Entretanto, em outras áreas, a situação é mais grave: ao todo, 1.096 casos e 60 mortes foram contabilizados nas regiões de Basankusu e Bolomba.

As vítimas apresentam uma série de sintomas que incluem febre alta, dores musculares, calafrios, suor excessivo, rigidez no pescoço, sangramentos pelo nariz, vômitos e diarreia. Os médicos realizam testes laboratoriais para identificar a origem da infecção, mas doenças como Ebola e Marburg já foram descartadas. Até o momento, metade das amostras testadas apresentaram resultado positivo para malária, o que levanta a hipótese de que possa haver uma coinfecção ou um surto de uma nova variante.

Desafios na investigação e restrições de infraestrutura

Diante da rápida progressão da doença, equipes de resposta rápida da OMS e do governo congolês foram enviadas às áreas afetadas. Os especialistas estão conduzindo entrevistas com moradores e coletando amostras para análise laboratorial em Kinshasa, capital do país. Além disso, estão sendo distribuídos suprimentos médicos emergenciais e reforçada a vigilância epidemiológica para evitar que o surto se espalhe ainda mais.

Contudo, a infraestrutura limitada do país representa um grande obstáculo na contenção da enfermidade. Muitas das áreas atingidas estão em locais de difícil acesso, situadas a mais de 300 km da capital provincial, Mbandaka. A precariedade das estradas e a dependência de transportes fluviais dificultam a chegada de medicamentos e profissionais de saúde, agravando o risco de uma crise sanitária ainda maior.

Esforços para identificação da doença

Enquanto novos casos continuam a surgir, pesquisadores estão ampliando os exames laboratoriais para investigar outras possíveis causas da doença. Entre as hipóteses levantadas, estão infecções bacterianas como meningite e possíveis contaminações em alimentos, água ou no ambiente. O contato com morcegos e a possibilidade de zoonoses também estão sendo avaliadas pelos cientistas.

A OMS reforçou a importância da colaboração internacional para conter o avanço da enfermidade e impedir que a situação saia do controle. Autoridades locais alertam que, sem uma resposta ágil, o surto pode se espalhar para outras regiões do país, elevando ainda mais o número de vítimas.

A investigação continua em andamento e a expectativa é que nos próximos dias haja mais informações concretas sobre a origem da doença e as medidas a serem adotadas para o seu controle. Ver Surto de doença misteriosa no Congo deixa 53 mortos e preocupa autoridades de saúde.

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