O que a grávida não deve comer

Alguns alimentos são potencialmente nocivos à saúde da mãe e do bebê.

Por isso, o ideal é que fiquem fora da dieta ou sejam consumidos com muita cautela.

Existe algum alimento que deve ser cortado do cardápio das gestantes? De acordo com Patrícia Vilar Freitas, nutricionista do Hospital Samaritano, em São Paulo, as coisas não funcionam bem assim. “Não temos que impedir as gestantes de comer nada. Só é preciso que elas tenham cuidado redobrado para evitar qualquer problema durante os nove meses”, esclarece.

Para lhe ajudar a elencar as prioridades do menu nesta fase, o site do Bebê explica o que deve e o que não deve ir à mesa das grávidas. É claro que uma avaliação mais individualizada é ideal, para que o nutricionista ou o médico possa traçar uma estratégia alimentar sob medida. “O cardápio, o estado nutricional, a idade, o peso, a composição corpórea e a predisposição a algum problema de saúde precisam ser levados em consideração”, enumera a obstetra Karen Morelli Soriano, do Instituto do Radium de Campinas, no interior paulista.

Mas, em linhas gerais, conheça os itens que não merecem espaço na sua geladeira nem na dispensa, durante os nove meses:

Embutidos

Presunto, salsicha, salame e mortadela são cheios de conservantes. Todo alimento artificial deve ser evitado, devido à presença dessas e de outras substâncias químicas, como os estabilizantes. “Esses componentes são contraindicados durante a gravidez porque, neste período, o sistema imunológico da mulher se torna mais ativo. Daí que o organismo pode reagir exageradamente aos compostos químicos, o que resultaria em uma alergia”, explica Celso Kukier, do Hospital São Luiz. Isso sem falar que os itens industrializados costumam esbanjar sódio. E o mineral, conforme já mencionado, é capaz de elevar a pressão arterial. 

Ovos

Cuidado com a salmonela, bactéria que ataca o sistema gastrintestinal e, de quebra, pode desencadear, entre outras complicações, um parto prematuro. Sem contar que provoca um grave quadro de diarreia e vômitos. E a gravidez é um péssimo momento para enfrentar uma crise dessas. Mas, você não precisa cortar os ovos do seu cardápio. A dica é consumí-los fritos ou cozidos, desde que a gema esteja dura. “Submeter os alimentos à altas temperaturas ajuda a eliminar bactérias que eventualmente estejam ali”, diz Patrícia. E nunca negligencie as receitas que levam ovo cru em sua composição e que, portanto, também podem representar riscos. É o caso das maioneses. 

Queijos e leite

Atenção, ninguém está sugerindo que você evite estes alimentos na gravidez. Só é necessário ficar atenta a uma recomendação: dar preferência, sempre, aos produtos pasteurizados. Eles passam por um processo que elimina bactérias e outros micro-organismos, tornando o consumo muito mais seguro. “Ainda, ao escolher, opte por versões com menos gordura, como os leites desnatados, para prevenir o ganho de peso excessivo”, explica a obstetra Karen Morelli Soriano.

Refrigerantes

“As bebidas gaseificadas podem causar estufamento gástrico, mas não são proibidas”, explica Patrícia. Em casos de gastrite ou refluxo, o problema pode ser intensificado. “Ainda vale lembrar que as versões zero e light possuem muito sódio, que podem mexer com a pressão arterial, o que é particularmente prejudicial na gravidez”, ressalta.

Alimentos conservados no sal

O bacalhau e a carne seca são ótimos exemplos. Se a gestante apresenta tendência à hipertensão, melhor retirá-los da mesa. Caso a pressão esteja sob controle, ela pode comer um pouquinho, vez ou outra, para matar a vontade.

Mariscos

Os mariscos, quase sempre consumidos crus, devem ser evitados devido à quantidade de bactérias que podem carregar. Ou seja, eles tornam as futuras mamães mais suscetíveis a quadros de desarranjo intestinal. Isso poderia ocasionar uma desidratação, comprometendo a saúde dela e do bebê. Além disso, existem os danos específicos que alguns germes podem acarretar ao desenvolvimento fetal.

Condimentos

Os condimentos estão liberados e podem dar um toque especial à comida. O único cuidado necessário se refere à pimenta. “Ela não faz mal. Mas tem gente que é mais sensível e acaba sentindo queimação gástrica, desconforto. Se a gestante já teve hemorroidas, melhor evitar”, pondera a nutricionista do Samaritano. 

Adoçantes

Tem muita gente que tem como hábito trocar o açúcar pelos adoçantes. Se esse é o seu caso, antes de tudo, consulte seu obstetra sobre o tipo e quantidades que devem ser consumidos. E evite os produtos à base de sacarina. Não há estudos que comprovem sua segurança. A melhor alternativa é optar pelas versões naturais, como a sucralose. 

Chás

“Eles requerem cuidado. Toda infusão de ervas pode ter, em grandes quantidades, substâncias prejudiciais, inclusive inflamatórias ou que afetam o trato gastrointestinal, podendo provocar diarreias”, diz o nutrólogo do Hospital São Luiz. Os chás comuns, como erva-doce, camomila e hortelã, podem ser tomados sem preocupação, desde que moderadamente. “Mas, não é hora de sair experimentando chás diferentes, principalmente se for em grande quantidade”, completa. Chás mate, verde, branco, preto, canela e sene devem ser evitados. 

Cafés e bebidas energéticas

“Bebidas estimulantes, como as que contém cafeína, causam o aumento da frequência cardíaca em todo mundo que as consome. Porém, as gestantes já possuem essa frequência alterada, devido ao desenvolvimento do feto e à maior circulação de sangue dentro do corpo”, explica a nutricionista do Hospital Samaritano. Investir neste tipo de bebida pode contribuir para que a pressão arterial vá às alturas, o que pode ser prejudicial para o desenvolvimento da criança. Além disso, as bebidas energéticas possuem vários conservantes em sua composição. Como não existem estudos que comprovem a segurança total de seu consumo, melhor passar longe! 

Carnes e peixes crus

A proteína deve fazer parte das principais refeições da grávida, seja a das carnes brancas, seja das vermelhas. O fato de consumí-las cruas ou mal passadas não prejudica o desenvolvimento do bebê. “O problema é a possível contaminação por bactérias e protozoários, que depende da armazenagem e da procedência”, avisa Celso Kukier, nutrólogo do Hospital São Luiz, em São Paulo. Para não correr o risco de ter uma diarreia ou, pior, de contrair uma toxoplasmose, uma doença perigosa para o bebê, opte por carnes sempre bem passadas.

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