Última atualização: 30/01/2025
O sol escaldante da manhã desta quarta-feira (29/1) tornava ainda mais tenso o clima em frente ao Hospital Governador Israel Pinheiro, unidade do Instituto de Previdência dos Servidores do Estado de Minas Gerais (Ipsemg), em Belo Horizonte. Entre cartazes, palavras de ordem e rostos marcados pela indignação, um grupo de funcionários tomou a frente do hospital para denunciar uma situação alarmante: a precarização dos serviços e a falta de condições adequadas de trabalho.
O protesto, que já se desenhava como um ato de resistência, atingiu seu ápice quando os manifestantes, em um gesto simbólico e impactante, atearam fogo a um caixão. A cena chamou a atenção de quem passava pela região, despertando questionamentos sobre o que estaria acontecendo dentro da unidade hospitalar. Mais do que um protesto, a queima do caixão representava um grito de socorro – uma metáfora para o que, segundo os servidores, vem acontecendo com a saúde pública dentro do hospital: um sistema à beira do colapso. Ver Pernambuco: auxiliares e técnicos de enfermagem prometem mais protestos.
Denunciado pelos trabalhadores
O problema central denunciado pelos trabalhadores é a ausência de ar-condicionado em uma das alas do hospital, uma situação que já se estende há cerca de 50 dias. A falta de climatização não apenas compromete o conforto de pacientes e profissionais, mas também interfere diretamente na segurança e eficácia do atendimento. Em um ambiente hospitalar, onde o controle da temperatura é essencial para a recuperação de enfermos e o funcionamento correto de equipamentos médicos, a inércia da administração em solucionar a questão se torna um problema grave.
Entre os manifestantes, enfermeiros, médicos e demais profissionais da saúde relatavam as dificuldades enfrentadas diariamente. “Nós estamos trabalhando em condições desumanas. Os pacientes sofrem, os equipamentos não funcionam corretamente, e ninguém faz nada para resolver”, desabafou uma das servidoras, que preferiu não se identificar.
Enquanto as chamas consumiam o caixão no asfalto, o ato simbólico ganhava força como uma denúncia pública da negligência enfrentada pela equipe hospitalar e pelos usuários do serviço. Para os trabalhadores, a mobilização era uma tentativa desesperada de chamar a atenção das autoridades para a urgência do problema e pressionar por medidas imediatas.
Repercussão do protesto
A repercussão do protesto trouxe à tona o debate sobre a precarização do atendimento no hospital e a necessidade de investimentos urgentes na infraestrutura da unidade. Até o momento, a administração do Ipsemg ainda não se pronunciou oficialmente sobre a questão, deixando no ar a incerteza sobre quando – e se – o problema será resolvido.
O ato desta quarta-feira, marcado pela forte simbologia do caixão em chamas, demonstrou que os funcionários do Hospital Governador Israel Pinheiro não estão dispostos a silenciar diante das adversidades. Para eles, a luta por condições dignas de trabalho e atendimento à população continua, e o protesto pode ser apenas o primeiro de muitos, caso nenhuma providência seja tomada. Ver Ações do Coren-MA repercutem na imprensa local.