O vírus do Nilo Ocidental

Identificado pela primeira vez em 1937 no norte da Uganda, a febre do Nilo Ocidental é transmitida ao ser humano pela picada de mosquitos assim como a dengue, zika e chikungunya. 

Até por volta da década de 90 a doença do vírus do Nilo ocidental não era considerado um risco para os humanos, devido a sua baixa contaminação, mas no ano de 1994 houve um surto na Argélia e na Romênia no ano de 1996, e em 2012 no Texas levando a morte de 286 pessoas. Atualmente, ele predomina na África, Europa, Oriente Médio, América do Norte e Ásia ocidental.

O vírus do Nilo Ocidental é um arbovírus do gênero flavivírus a sua transmissão é feita por várias espécies de mosquitos, sendo as aves os animais mais infetados e os principais hospedeiros. O vírus afeta ainda várias espécies de mamíferos, incluindo seres humanos, de répteis, incluindo crocodilos, e de anfíbios. No entanto, nem todas as espécies suscetíveis ao vírus são capazes de desenvolver suficiente carga viral para transmitir a doença a mosquitos não infetados, pelo que se considera que não são vetores importantes.

Até pouco tempo atrás, não se tratava de uma doença com presença significativa na Europa, mas a escalada vertiginosa de casos fez acender a luz amarela e a OMS já alertou para um preocupante aumento dos casos de febre do Nilo na Europa, que já é cinco vezes maior do que o número registrado no ano passado.

A Itália, com 35 mortes pelo vírus, é o país onde a febre do Nilo está sendo mais letal. Em seguida, aparecem a Sérvia, com 29 vítimas, a Romênia (25), a Grécia (24), a Hungria (1) e Kosovo (1).

 A Organização Mundial da Saúde (OMS) alertou no fim de agosto, que o número de casos em países do sul da Europa e da Europa central estava crescendo em comparação com os anos anteriores, e o Centro Europeu para a Prevenção e Controle de Enfermidades classificou o aumento de casos de "dramático".

Em junho, no Espírito Santo foi registrado o primeiro caso contágio de cavalos com o vírus e passou a ficar em estado de atenção para a possível contaminação de humanos já que no brasil a febre do Nilo Ocidental não é comum. Os cavalos foram contaminados em abril, e depois morreram vítima da doença informou O Núcleo Especial de Vigilância Epidemiológica.

Amostras coletadas dos animais foram analisadas pelo Instituto Evandro Chagas e pela Universidade Federal de Minas Gerais (UFMG). O resultado foi positivo para febre do Nilo Ocidental.

Especialistas apontam as condições climáticas como a causa principal do repentino aumento de casos da doença e da antecipação da temporada de transmissão na Europa, que normalmente dura de junho a novembro.  Essas condições climáticas propiciaram a reprodução e propagação do mosquito que transmite o vírus", indicou um comunicado da OMS. Eles ainda alertam para o risco de que o aquecimento global provoque a chegada de vetores tropicais à Europa, propagando doenças pouco comuns em regiões mais frias.

Além das condições climáticas, há outros fatores que influenciam a propagação de vírus, como o aumento do turismo e viagens internacionais, que podem levar doenças tropicais a áreas onde elas normalmente não existiriam.

"Isso significa que devemos tomar mais cuidados. Se alguém retorna do exterior à Europa e tem o vírus no sangue, o mosquito pode picá-la e transmitir a doença a outras pessoas", disse Semenza.

A febre do Nilo Ocidental é transmitida aos humanos principalmente por mosquitos infectados após picar aves que carregam o vírus, não existe vacina contra a doença.

Ainda que possa causar a morte, afetando o sistema nervoso, quase 80% das pessoas infectadas não apresentam sintomas, que incluem febre, dor de cabeça, cansaço, dor no corpo, náuseas, vômitos e, às vezes, erupções cutâneas no tronco e inflamação dos gânglios linfáticos.

A OMS calcula que uma em cada 150 pessoas infectadas acabam padecendo de uma infecção mais grave que pode gerar tremores, convulsões, paralisias e até coma.

O efeito mais agressivo da doença pode ocorrer a pessoas de qualquer idade, ainda que o risco maior seja para os que têm mais de 50 anos e sistema imunológico fraco, como pacientes que tenham passado por transplantes.

Atualmente não existe vacina contra o vírus do Nilo Ocidental. A prevenção consiste em medidas para controlar o mosquito e diminuir a sua população, como a eliminação de locais com água estagnada onde os mosquitos se reproduzem (pneus, baldes, sarjetas, piscinas sem uso). A nível individual podem ser usadas redes mosqueteiras ou repelentes de insetos, bem como evitar zonas onde os mosquitos se reúnem, como pântanos e áreas de vegetação densa, e estar atento durante a noite, que é o intervalo de maior atividade do mosquito.

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