Nos causou surpresa e estranheza que o documento no qual constam os nomes dos pesquisadores deste grupo técnico não nos foi apresentado anteriormente e não obteve nossa anuência, diz o texto.
Os pesquisadores afirmam ainda que todas as populações vulneráveis devem ser incluídas na prioridade de vacinação, como quilombolas, populações ribeirinhas, privados de liberdade e pessoas com deficiência.
A nota encerra dizendo que "um atraso na campanha de vacinação significa vidas perdidas" e que é preciso nesse momento "utilizar a ciência para a tomada de decisão que norteará o que mais importa, a preservação de vidas de milhares de brasileiros e brasileiras".
A enfermeira, pesquisadora, epidemiologista e professora da UFES (UniversidadeFederal do Espírito Santo), Ethel Maciel, afirmou em seu perfil do twitter que desconhecia o plano de vacinação.
Nós, pesquisadores que estamos assessorando o governo no Plano Nacional de Vacinação da Covid-19, acabamos de saber pela imprensa que o governo enviou um plano, no qual constam nossos nomes e nós não vimos o documento. Algo que nos meus 25 anos de pesquisadora nunca tinha vivido!
Maciel afirma que participou de uma reunião em que o plano foi apresentado superficialmente aos pesquisadores. "No encontro, debatemos e questionamos alguns tópicos, como a não negociação da Coronavac', disse a enfermeira em entrevista dada à Folha.
Nos causou surpresa e estranheza que o documento no qual constam os nomes dos pesquisadores deste grupo técnico não nos foi apresentado anteiormente e não obteve anuência.
O grupo solicitou uma reunião com o ministério, que deve ocorrer na segunda-feira (14). "Decidimos publicar essa nota para esclarecimento, mas ainda não pensamos em ação judicial", afirma.