Infecções Sexualmente Transmissíveis (IST) na Gravidez

Infecções Sexualmente Transmissíveis (IST) na Gravidez

Atualizado em 08/04/2023 às 09:05

As Infecções Sexualmente Transmissíveis (IST), podem ocorrer em qualquer momento do período gestacional, e devem ser tratadas imediatamente.

O tratamento imediato e adequado das ISTs, durante a gravidez, é fundamental para prevenir complicações e garantir a saúde da mãe e do feto.

Síndrome de úlcera genital

Presença de lesão ulcerada em região anogenital, de causa não traumática, única ou múltipla, podendo ser precedida por lesões vesiculosas.

As causas mais comuns são à exceção da sífilis primária, o cancro mole e o herpes genital.

Tratamento da gestante:

Penicilina G benzatina 1.200.000 U, IM, em cada glúteo em dose única (total 2.400.000 U) e eritromicina (estearato) 500mg, VO, de 6/6h, por dez dias;

• O tratamento das lesões herpéticas, no decorrer da gestação, poderá ser feito, com alguma vantagem, nos casos de primo-infecção, ou em situações de grande número de recorrências, especialmente próximo ao parto, com: aciclovir 400 mg, VO, 8/8h, por sete a dez dias.

Síndrome de corrimento vaginal

Corrimento de coloração branca, acinzentada ou até amarelada, acompanhado de prurido ou dor durante a relação sexual, pode ocorrer durante a gestação.

As causas mais comuns são a candidíase, a tricomoníase e a vaginose bacteriana. A candidíase vaginal, porém, não é considerada de transmissão sexual.

Tratamento para corrimento vaginal

Qualquer um dos tratamentos tópicos pode ser usado em gestantes; deve ser dada preferência a miconazol, terconazol ou clotrimazol, por um período de sete dias.

Não deve ser usado nenhum tratamento sistêmico. Para vaginose e tricomoníase, tratar somente após completado o primeiro trimestre, com metronidazol 2g, VO, dose única.

Síndrome de corrimento cervical

Presença de corrimento muco-purulento proveniente do orifício externo do colo do útero, acompanhado ou não por hiperemia, ectopia ou colpite.

As causas mais comuns são infecções por gonococo e clamídia.

Tratamento

O tratamento da gestante deve ser feito com:

Amoxicilina 500mg, VO, de 8/8h, por sete dias; ou

Eritromicina (estearato) 500mg, VO, de 6/6h, por sete dias; ou

Azitromicina 1g, VO, dose única.

Associado a:

Cefixima 400mg, VO, dose única; ou

Ceftriaxona 250mg, IM, dose única; ou

Espectinomicina 2g, IM, dose única.

Condiloma acuminado

Caracterizado por lesões verrugosas, isoladas ou agrupadas, úmidas ou secas e queratinizadas, geralmente localizadas na vulva, períneo e região perianal. Podem ser subclínicas e afetar o colo uterino.

Alguns subtipos do HPV são fortemente associados a neoplasia cervical (subtipos 16, 18, 31 e 35).

Tratamento

Na gestação, as lesões condilomatosas poderão atingir grandes proporções, seja pelo aumento da vascularização, sejam pelas alterações hormonais e imunológicas que ocorrem nesse período. Como as lesões durante a gestação podem proliferar e tornar-se friáveis, muitos especialistas indicam a sua remoção nessa fase.

Não está estabelecido o valor preventivo da operação cesariana; portanto, essa não deve ser realizada baseando-se apenas na prevenção da transmissão do HPV para o recém-nascido, já que o risco da infecção naso-faríngea do feto é muito baixa.

Apenas em raros casos, quando tamanho e localização das lesões estão causando obstrução do canal de parto, ou quando parto vaginal possa ocasionar sangramento excessivo, a operação cesariana deverá ser indicada.

A escolha do tratamento vai se basear no tamanho e no número das lesões:

Nunca usar PODOFILINA, PODOFILOTOXINA ou IMIQUIMOD, durante qualquer fase da gravidez;

Lesões pequenas, isoladas e externas: eletro ou criocauterização em qualquer fase da gravidez;

Lesões grandes e externas: ressecção com eletrocautério ou cirurgia de alta frequência, ou exérese por alça diatérmica, ou LEEP, em qualquer fase da gravidez. Esse procedimento exige profissional habilitado, visto que pode provocar sangramento considerável;

Lesões pequenas, colo, vagina e vulva: eletro ou criocauterização, apenas a partir do segundo trimestre;

Mulheres com condilomatose durante a gravidez, deverão ser seguidas com citologia oncológica após o parto.

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