Classificação das Cirurgias

Classificação das Cirurgias

Atualizado em 07/04/2023 às 08:35

As cirurgias, podem ser classificadas de diferentes maneiras, dependendo dos critérios utilizados. É importante que o enfermeiro, técnico de enfermagem e auxiliar de enfermagem entenda os diferentes tipos de cirurgias por várias razões, incluindo:

  • Pre-operatório (Preparação do paciente)
  • Preparo da equipe e sala operatória
  • Transoperatório
  • Pós-operatório

Aqui estão algumas classificações comuns:

Segundo a finalidade/objetivo a Classificação das Cirurgias pode ser:

  • Cirurgias diagnósticas: realizadas para obter informações sobre uma condição médica, como a biópsia de um tecido.
  • Cirurgias curativas: realizadas para tratar ou curar uma condição médica.
  • Cirurgias paliativas: realizadas para aliviar sintomas ou melhorar a qualidade de vida do paciente, sem curar a condição subjacente.
  • Cirurgias preventivas: realizadas para prevenir o desenvolvimento de uma condição médica, como a remoção de uma mama saudável em casos de alto risco de câncer de mama.

De acordo com a área do corpo afetada:

  • Cirurgias cardiovasculares: realizadas no coração ou nos vasos sanguíneos.
  • Cirurgias ortopédicas: realizadas nos ossos, articulações, músculos e tecidos conectivos.
  • Cirurgias neurológicas: realizadas no cérebro, medula espinhal ou nervos periféricos.
  • Cirurgias gastrointestinais: realizadas no trato digestivo, incluindo o estômago, intestinos e órgãos associados.
  • Cirurgias urológicas: realizadas no sistema urinário e órgãos reprodutivos masculinos.
  • Cirurgias ginecológicas: realizadas nos órgãos reprodutivos femininos.
  • Cirurgias oftalmológicas: realizadas nos olhos.

De acordo com a técnica utilizada:

  • Cirurgias abertas: realizadas com uma incisão grande na pele e nos tecidos subjacentes.
  • Cirurgias minimamente invasivas: realizadas com técnicas que minimizam o tamanho da incisão e o dano aos tecidos circundantes, como a cirurgia laparoscópica.
  • Cirurgias robóticas: realizadas com a ajuda de um sistema robótico, controlado por um cirurgião.
  • Cirurgias de transmissão de energia: realizadas com o uso de instrumentos que transmitem energia, como ultrassom ou laser.
  • Cirurgias manuais: realizadas com o uso de instrumentos manuais, como tesouras cirúrgicas ou pinças.

De acordo com o risco cardiológico:

Essas cirurgias demoraram horas, tem maior perca de sangue e fluidos corporais. O paciente pode precisar de um cuidado intensivo após a cirurgia.

  • Cirurgias de grande porte: cirurgias que requerem hospitalização prolongada e cuidados intensivos pós-operatórios.
  • Cirurgias de médio porte: cirurgias que geralmente não requerem hospitalização prolongada ou cuidados intensivos pós-operatórios.
  • Cirurgias de pequeno porte: cirurgias ambulatoriais, que permitem que o paciente retorne para casa no mesmo dia.

De acordo com a duração

  • Porte I: com tempo de duração de até 2 horas. Por ex.: rinoplastia.
  • Porte II: cirurgias que duram de 2 a 4 horas. Por ex.: colecistectomia, gastrectomia.
  • Porte III: de 4 a 6 horas de duração. Por ex.: craniotomia.
  • Porte IV: com tempo de duração acima de 6 horas. Por ex.: transplante de fígado.

De acordo com a especialidade médica:

  • Cirurgias torácicas: realizadas no tórax, como a remoção de um pulmão ou a reparação de uma válvula cardíaca.
  • Cirurgias oculares: realizadas nos olhos, como a cirurgia de catarata ou a correção de visão a laser.
  • Cirurgias de cabeça e pescoço: realizadas na cabeça e no pescoço, como a remoção de um tumor da tireoide ou a reconstrução de um maxilar.
  • Cirurgias plásticas: realizadas para melhorar a aparência física, como a cirurgia de implante de mama ou a cirurgia de nariz.
  • Cirurgias de transplante: realizadas para transplantar um órgão de um doador para o receptor, como o transplante de rim ou de fígado.

De acordo com a idade do paciente:

  • Cirurgias pediátricas: realizadas em bebês, crianças e adolescentes.
  • Cirurgias geriátricas: realizadas em idosos.

De acordo com a urgência da cirurgia:

  • Cirurgias eletivas: cirurgias planejadas, que podem ser agendadas com antecedência.
  • Cirurgias de urgência: aquelas que requer pronta atenção e deve ser realizado dentro de 24 a 48 horas. Por ex.: apendicectomia, brida intestinal.
  • Cirurgias de emergência: cirurgias urgentes, que devem ser realizadas imediatamente, como a cirurgia de trauma.

De acordo com a abordagem cirúrgica:

  • Cirurgias ablativas: realizadas para remover ou destruir tecido, como a cirurgia de remoção de um tumor.
  • Cirurgias reconstrutivas: realizadas para reconstruir tecido, como a cirurgia plástica de reconstrução de uma mama após a mastectomia.
  • Cirurgias de reparação: realizadas para reparar tecido, como a cirurgia de reparação de um tendão rompido.

De acordo com o número de cirurgiões envolvidos:

  • Cirurgias unipessoais: realizadas por um único cirurgião.
  • Cirurgias em equipe: realizadas por uma equipe de cirurgiões, como a cirurgia cardíaca em que um cirurgião cardíaco e um cirurgião vascular trabalham juntos.

A Classificação das Cirurgias de acordo com o risco de contaminação inclui:

  • Cirurgias limpas: são cirurgias realizadas em tecidos estéreis, sem inflamação ou infecção. Não há entrada ou saída de tratores orgânicos, e o paciente não apresenta infecção sistêmica. Exemplos incluem cirurgias de catarata ou cirurgias plásticas.
  • Cirurgias potencialmente contaminadas ou limpas-contaminadas: são cirurgias em que há contato limitado com tecidos contaminados, como em cirurgias de retirada do apêndice ou histerectomia. Nesses casos, há entrada controlada no trato respiratório, gastrointestinal ou geniturinário.
  • Cirurgias contaminadas: são cirurgias realizadas em tecidos infectados ou com inflamação. Há entrada no trato gastrointestinal, geniturinário ou respiratório, com a presença de pus ou tecidos necróticos. Exemplos incluem cirurgias de abscesso ou de fístula anal.
  • Cirurgias infectadas ou sujas: são cirurgias realizadas em tecidos infectados ou com grande quantidade de pus e tecidos necróticos, como em casos de perfuração intestinal ou necrose pancreática.

A Classificação das Cirurgias, é importante para determinar os cuidados necessários com a esterilização dos materiais cirúrgicos, a escolha do tipo de antibiótico profilático e a necessidade de isolamento do paciente.

Uma cirurgia pode ter várias classificações

É possível que uma única cirurgia, possa ter várias classificações ao mesmo tempo, dependendo das características específicas do procedimento e do paciente.

  1. Cirurgia de apendicite: pode ser classificada como cirurgia de emergência (pois uma apendicite não tratada pode ser fatal), cirurgia de pequeno porte (pois é geralmente realizada por laparoscopia), e cirurgia abdominal (pois envolve a remoção do apêndice, que está localizado no abdômen).
  2. Cirurgia de reconstrução de mama: pode ser classificada como cirurgia plástica (pois tem como objetivo a reconstrução estética da mama após uma mastectomia), cirurgia de grande porte (dependendo do tipo de procedimento, como a colocação de implantes mamários), e cirurgia oncológica (se estiver relacionada ao tratamento do câncer de mama).
  3. Cirurgia de retirada de cálculo renal: pode ser classificada como cirurgia urológica (pois envolve o trato urinário), cirurgia de pequeno porte (se for realizada por laparoscopia), e cirurgia de emergência (se houver uma obstrução urinária grave).
  4. Cirurgia de retirada de vesícula biliar: pode ser classificada como cirurgia abdominal (pois envolve a remoção da vesícula, que está localizada no abdômen), cirurgia de pequeno porte (se for realizada por laparoscopia), e cirurgia eletiva (pois é geralmente agendada com antecedência, a menos que haja uma emergência).
  5. Cirurgia de hérnia de disco: pode ser classificada como cirurgia neurológica (pois envolve a coluna vertebral e a medula espinhal), cirurgia de grande porte (dependendo do tipo de procedimento), e cirurgia eletiva (pois geralmente é realizada quando o paciente não responde a tratamentos conservadores).
  6. Cirurgia de câncer de próstata: pode ser classificada como cirurgia oncológica (pois trata-se de uma doença maligna), cirurgia urológica (pois envolve a próstata e o trato urinário), e cirurgia de médio porte (dependendo do tipo de procedimento).
  7. Cirurgia de obstrução intestinal: pode ser classificada como cirurgia abdominal (pois envolve o sistema digestivo), cirurgia de emergência (pois pode ser uma condição grave que exige tratamento imediato), e cirurgia de grande porte (dependendo da extensão da obstrução e do tipo de procedimento).
  8. Cirurgia de desvio de septo nasal: pode ser classificada como cirurgia otorrinolaringológica (pois envolve o nariz e as vias respiratórias), cirurgia de pequeno porte (pois geralmente é realizada por endoscopia nasal), e cirurgia eletiva (pois geralmente é agendada com antecedência, a menos que haja uma emergência).
  9. Cirurgia de retirada de útero: pode ser classificada como cirurgia ginecológica (pois envolve o sistema reprodutor feminino), cirurgia abdominal (pois o útero está localizado no abdômen), e cirurgia de médio a grande porte (dependendo do tipo de procedimento e da extensão da intervenção).
  10. Cirurgia de fratura de fêmur: pode ser classificada como cirurgia ortopédica (pois envolve os ossos e articulações), cirurgia de grande porte (dependendo do tipo de procedimento e da extensão da fratura), e cirurgia de emergência (se houver risco iminente à vida do paciente).

Existem muitas outras possibilidades de classificação de cirurgias, dependendo das características específicas do procedimento e do paciente.

A importância do profissional de enfermagem conhecer os tipos de cirurgias

É importante que enfermeiros, técnicos de enfermagem e auxiliares de enfermagem entendam os diferentes tipos de cirurgias por várias razões, incluindo:

  1. Preparação do paciente: Cada tipo de cirurgia, tem requisitos específicos de preparação do paciente, que devem ser seguidos para garantir a segurança e o sucesso da cirurgia. Os profissionais de enfermagem precisam entender esses requisitos, para poderem, preparar adequadamente os pacientes para a cirurgia.
  2. Preparo da equipe e da sala de operação: Antes que uma cirurgia seja realizada, é preciso ter uma equipe completa e profissionais específicos. Da mesma forma, a sala de operação onde será realizada a cirurgia, ela deve ser preparada com materiais específicos conforme o tipo de cirurgia.
  3. Monitoramento pós-operatório: Cada tipo de cirurgia, apresenta riscos específicos de complicações pós-operatórias. É importante que os profissionais de enfermagem entendam esses riscos para poderem monitorar os pacientes adequadamente e identificar rapidamente qualquer problema que possa surgir.
  4. Cuidados pós-operatórios: Cada tipo de cirurgia, também requer cuidados pós-operatórios específicos, incluindo medicação, mudanças de curativos e monitoramento de sinais vitais. Os profissionais de enfermagem precisam entender esses cuidados para garantir que os pacientes recebam o tratamento adequado e se recuperem adequadamente.
  5. Comunicação com a equipe cirúrgica: Os profissionais de enfermagem precisam se comunicar efetivamente com a equipe cirúrgica para garantir que os cuidados pós-operatórios sejam coordenados e que qualquer problema seja identificado e tratado rapidamente. É importante que os profissionais de enfermagem entendam os termos e procedimentos cirúrgicos para se comunicarem efetivamente com a equipe cirúrgica.

Compreender os diferentes tipos de cirurgias, é essencial para garantir a segurança e o bem-estar dos pacientes submetidos a cirurgias e para fornecer cuidados pós-operatórios adequados.

Os profissionais de enfermagem desempenham um papel fundamental em todos os aspectos do processo cirúrgico e, portanto, precisam ter um bom entendimento dos diferentes tipos de cirurgias.

Leia também:

One comment

Leave a Reply

O seu endereço de e-mail não será publicado. Campos obrigatórios são marcados com *