Nem Lula e nem Bolsonaro, a Enfermagem precisa lutar por si mesma

Nem Lula e nem Bolsonaro, a Enfermagem precisa lutar por si mesma

Segundo fala do Coordenador Nacional do IBSENF (Instituto Brasileiro Sou Enfermagem), Enf. Esp. Renato Silva Neto, as causas políticas da enfermagem não podem ser limitadas a partidos políticos. A enfermagem deve quebrar as barreiras ainda existentes dentro da categoria para avançar. Acompanhe o artigo de opinião do especialsita.

Por: Renato Silva Neto

“Não é de hoje que venho recebendo mensagens no WhatsApp e no Instagram de pessoas dizendo que nós estamos defendendo um partido político, isso não é verdade. Nós defendemos apenas os interesses da categoria e lutamos por uma enfermagem mais empoderada”, Enf. Renato Silva Neto.

Lula ou Bolsonaro?

A minha resposta é nenhum dos dois. Vamos abrir nossas mentes, vamos colocar os pés no chão e voltar um pouco na nossa história profisisonal, a origem da enfermagem, a enfermagem através dos tempos. Com essas informações em nossa mente, iremos entender perfeitamente que nossa categoria sempre foi deixada de lado, vista como profissão subalterna de médicos, e isso tem mudado ao longo dos anos. As mudanças que aconteceram, para que a enfermagem chegasse a ser o que ela é hoje, foi fruto do seu próprio esforço e merecimento.

Enfermagem na Covid-19

Recentemente a categoria ganhou destaque mundial com a luta contra a Covid-19, porém, nem mesmo as dezenas de mortes entre os profisisonais da saúde, foi o suficiente para que o Governo entendesse o valor inestimável que temos. A pandemia da Covid-19, e as situações surreais que passamos, e que foram documentadas em vários canais de notícias, não serviram para diminuir a demanda de trabalho, nem para ter melhores condições de trabalho.

Aplausos e elogios saíram de todos os cantos do mundo, mas isso não enche a barriga, não paga aluguel, não paga os boletos e nem a prestação da casa, precisamos garantir segurança, habitaçao, saúde e melhores condições de trabalho, além de melhor remuneração.

Na pandemia, quando o assunto “enfermagem” estáva no auge, foi documentado que enfermeiros, técnicos e os auxiliares, precisavam trabalhar arduamente para conseguir o mínimo de dignidade, e isso na maioria das vezes só seria possível quando possuía dois empregos.

Em maio de 2022, na Câmara dos Deputados, os profissionais pediram reconhecimento da categoria por meio da aprovação de piso salarial, em sessão solene no Plenário da Câmara dos Deputados. O esforço durante todo o ano de 2022 trouxe a aprovação da PL 2465, tornando-se na Lei nº 14.434 de 4 de agosto de 2022, mas que neste momento não consegue ser aplicada porque aguarda a MP do Piso da Enfermagem por parte do Presidente Lula.

Pesquisa da Enfermagem

A jornada de trabalho de 40 horas semanais, ou 44 horas semanais, é um total absurdo para esses profisisonais. A sobrecarga de responsabilidades, acúmulo de atribuições no ambiente de trabalho, baixos salários e cobraças excessivas, tem levado vários profissionais a desenvolver depressão ou crise de ansiedade. Esses fatos estão divulgados em vários artigos científicos.

Um desses trabalho é a Pesquisa Perfil da Enfermagem, realizada pela FioCruz a pedido do Cofen (Conselho Federal de Enfermagem), onde mostra que o salário médio do Enfermeiro era de R$ 1.000,00 e o técnico a metade que isso. Um total aburdo. A Pesquisa Perfil da Enfermagem (Cofen/Fiocruz), mais amplo levantamento sobre uma profissão já realizado na América Latina, apresenta um diagnóstico preciso e detalhado da situação dos enfermeiros, técnicos e auxiliares de Enfermagem em atuação no Brasil.

Esses pequenos fatos citados, são a comprovação para quem ler este artigo, de que na história, a enfermagem nunca teve um representante político que a representasse. A Enfermagem se destacou pelo seu trabalho, sua dedicação e sua responsabilidade com a vida.

Minha causa é a Enfermagem

É importante que os profissionais deixem de lado partidos e bandeiras políticas, este momento é da enfermagem, não é de Lula e nem de Bolsonaro, ninguém irá fazer nada por nós. A Enfermagem Brasileira, tomando a simples atitude de ir para as ruas a partir no dia 10 de março, já é um grande avanço.

Em vários locais do Brasil, greves e manifestações estarão acontecendo a partir de amanhã 01 de março.

O Fórum Nacional da Enfermagem e muitoas outras entidades, tem cobrado o Governo Federal para agilizar e acelerar a resolução do problema do Piso, mas os profissionais não devem esperar o Governo se manifestar, eles precisam avançar.

Enquanto a categoria conviver com situações que a tenta diminuir, por algumas pessoas da própria enfermagem, outras estão diurtunamente militando as causas da categoria sem ao menos perceber que

Defender a Enfermagem é defender a saúde.

(Artigo de opinião)

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